Bernardo Proença recebeu pelo seu trabalho, uma sesmaria no Alto da Serra onde hoje está quase toda a cidade de Petrópolis. Outras sesmarias foram distribuídas ao longo do Caminho Novo e logo a região se desenvolveu muito. Se ele não tivesse aberto a Variante do Caminho Novo passando pelo Córrego Seco, todo o desenvolvimento da nossa região teria acontecido no eixo Xerém-Paty do Alferes-Miguel Pereira-Paraíba do Sul, que era o traçado original daquela via feita por Garcia Rodrigues Paes.
Bernardo Proença recebe três homenagens em Petrópolis: um monumento próximo à Estação de Transbordo Imperatriz Leopoldina, o nome de uma rua no bairro do Itamarati e o de um conjunto habitacional em Corrêas. Garcia Rodrigues Paes é lembrado em um monumento em Paraíba do Sul.
O Brasil, antes desses caminhos não existia como unidade geopolítica e administrativa. Havia algumas feitorias explorando açúcar no litoral e outros núcleos urbanos na Bahia, Nordeste e São Paulo. Esses caminhos ligaram o interior ao litoral, promovendo uma unificação cultural e de esforços que resultou na ocupação e no desenvolvimento de uma vasta região onde se instalaram fazendas, ranchos, pousos e vendas. Data daí, também, o início da nossa atividade administrativa pública organizada com o emprego de funcionários para controle da zona mineira, como fiscais, meirinhos, corregedores; a criação dos “Registros” ao longo dos caminhos; monetarização da economia, com a criação da Casa da Moeda, das Casas de Fundição e a formação, enfim, de uma classe média mais sólida, ao lado de outras como a dos mineradores, artesãos, administradores, comerciantes etc.
1.2 AS SESMARIAS E ANTIGAS FAZENDAS DA REGIÃO
As primeiras sesmarias distribuídas no “sertão de serra acima do Inhomirim” pelo governo português datam de 1686 a algumas pessoas que, no momento, se destacavam na vida política e na segurança da Colônia. Mas devido à presença dos índios Coroados e das dificuldades de subir a serra, somente com o Caminho Novo e com a concessão de novas glebas a sesmeiros, a atividade econômica desenvolveu a região. Quando Petrópolis foi fundado 130 anos depois, já havia um grande número de fazendas e alguma atividade industrial entre a baia da Guanabara e Vila Rica, conforme descreve o Barão de Langsdorff no primeiro volume de seus diários. Assim, o trânsito pelo Caminho Novo era muito grande. Na região onde seria fundado Petrópolis, as fazendas mais importantes eram:
· Fazenda do Rio da Cidade, na Estrada do Contorno.
· Fazenda do Pe. Correia, em Corrêas.
· Fazenda do Córrego Seco, cuja sede era onde hoje está o Ed. Pio XII (Rua Marechal Deodoro, no Centro Histórico).
· Fazendas Quitandinha, Samambaia, Retiro de São Tomás e São Luiz, Itamaraty, Secretário, que depois deram seus nomes aos bairros da cidade e dos distritos.
· Fazenda da Engenhoca, onde hoje está a Estação de Transbordo de Corrêas.
· Fazenda Mangalarga e Fazenda das Arcas, em Itaipava.
· Fazenda Sumidouro, em Pedro do Rio.
· Fazenda Santo Antônio, na estrada Philúvio Cerqueira (Petrópolis – Teresópolis).
· Fazenda das Pedras, na Serra das Araras.
<< página anterior próxima página >>
<< índice >>