História de Petrópolis (2/10)

Bernardo Proença recebeu pelo seu trabalho, uma sesmaria no Alto da Serra onde hoje está quase toda a cidade de Petrópolis.  Outras sesmarias foram distribuídas ao longo do Caminho Novo e logo a região se desenvolveu muito.  Se ele não tivesse aberto a Variante do Caminho Novo passando pelo Córrego Seco, todo o desenvolvimento da nossa região teria acontecido no eixo Xerém-Paty do Alferes-Miguel Pereira-Paraíba do Sul, que era o traçado original daquela via feita por Garcia Rodrigues Paes.

Bernardo Proença recebe três homenagens em Petrópolis: um monumento próximo à Estação de Transbordo Imperatriz Leopoldina, o nome de uma rua no bairro do Itamarati e o de um conjunto habitacional em Corrêas.  Garcia Rodrigues Paes é lembrado em um monumento em Paraíba do Sul.

O Brasil, antes desses caminhos não existia como unidade geopolítica e administrativa.  Havia algumas feitorias explorando açúcar no litoral e outros núcleos urbanos na Bahia, Nordeste e São Paulo.  Esses caminhos ligaram o interior ao litoral, promovendo uma unificação cultural e de esforços que resultou na ocupação e no desenvolvimento de uma vasta região onde se instalaram fazendas, ranchos, pousos e vendas.  Data daí, também, o início da nossa atividade administrativa pública organizada com o emprego de funcionários para controle da zona mineira, como fiscais, meirinhos, corregedores; a criação dos “Registros” ao longo dos caminhos; monetarização da economia, com a criação da Casa da Moeda, das Casas de Fundição e a formação, enfim, de uma classe média mais sólida, ao lado de outras como a dos mineradores, artesãos, administradores, comerciantes etc.

1.2  AS SESMARIAS E ANTIGAS FAZENDAS DA REGIÃO

As primeiras sesmarias distribuídas no “sertão de serra acima do Inhomirim” pelo governo português datam de 1686 a algumas pessoas que, no momento, se destacavam na vida política e na segurança da Colônia.  Mas devido à presença dos índios Coroados e das dificuldades de subir a serra, somente com o Caminho Novo e com a concessão de novas glebas a sesmeiros, a atividade econômica desenvolveu a região.  Quando Petrópolis foi fundado 130 anos depois, já havia um grande número de fazendas e alguma atividade industrial entre a baia da Guanabara e Vila Rica, conforme descreve o Barão de Langsdorff no primeiro volume de seus diários.  Assim, o trânsito pelo Caminho Novo era muito grande.  Na região onde seria fundado Petrópolis, as fazendas mais importantes eram:

·      Fazenda do Rio da Cidade, na Estrada do Contorno.
·      Fazenda do Pe. Correia, em Corrêas.
·      Fazenda do Córrego Seco, cuja sede era onde hoje está o Ed. Pio XII (Rua Marechal Deodoro, no Centro Histórico).
·      Fazendas Quitandinha, Samambaia, Retiro de São Tomás e São Luiz, Itamaraty, Secretário, que depois deram seus nomes aos bairros da cidade e dos distritos.
·      Fazenda da Engenhoca, onde hoje está a Estação de Transbordo de Corrêas.
·      Fazenda Mangalarga e Fazenda das Arcas, em Itaipava.
·      Fazenda Sumidouro, em Pedro do Rio.
·      Fazenda Santo Antônio, na estrada Philúvio Cerqueira (Petrópolis – Teresópolis).
·      Fazenda das Pedras, na Serra das Araras.

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